ESTUDO SISTEMÁTICO SOBRE A IGREJA

19/05/2010 16:00

Introdução ao estudo:

Catolicismo (do grego καθολικοςtranslit.: katholikos; com o significado de "geral" ou "universal") é um termo amplo para o corpo da fé católica, a sua teologia, doutrinas, liturgia, príncipios éticos, e características comportamentais, bem como um povo religioso como um todo.[1] O termo catolicismo é "usado geralmente para uma experiência específica do cristianismo compartilhada por cristãos que vivem em comunhão com a Igreja de Roma."[2] Muitos dos principais credos (definições de fé semelhantes a preces) cristãos, nomeadamente o Credo dos Apóstolos e o Credo Niceno utilizam este termo.,

Então a palavra “católico” como aplicado nos dois credos, não se refere a “uma de nominação”, mesmo por que no credo a palavra católica, não vem associada a outra expressão, tipo “romana ou ortodoxa”. Mais a frente iremos entender esse fato. Por isso, quando dizemos sou católico, estou me referindo a uma gama de igrejas que tem os mesmos princípios doutrinais, mas quando digo, sou “católico romano”, então estou dizendo que faço parte da igreja católica apostólica romana, que tem sua sede em Roma, ou ainda, da Igreja Católica de Rito Latino.

No seu sentido mais estreito, o termo é usado para referir-se a Igreja Católica Romana, formada por 23 igrejas sui iuris que estão em comunhão total com o Papa, e possuí mais de um bilhão de fiéis[3] (ou seja, mais de um sexto da população mundial[4] e mais da metade de todos os cristãos[5]). As suas características distintivas são a aceitação da autoridade e primado do Papa, o Bispo de Roma. No entanto outras igrejas também afirmam ser "católicas", como a ortodoxa, e as igrejas não-calcedonianas, a Igreja Assíria do Oriente, a Velha Igreja Católica e as igrejas da Comunhão Anglicana.

História do cristianismo primitivo

Cristianismo primitivo (também chamada de Era Apostólica) é o nome dado a uma etapa da história do cristianismo que se inicia após a morte de Jesus e termina em 325 com a celebração do Primeiro Concílio de Niceia. Cristianismo primitivo é também o nome pelo qual se denomina a pregação dos primeiros discípulos de Jesus de Nazaré, ou a fé pregada e praticada pelos doze apóstolos, seus contemporâneos e seus sucessores imediatos. Do ponto de vista historiográfico é praticamente impossível reconstituir com clareza a realidade dos primeiros povos cristãos, uma vez que os documentos são raros, contraditórios e limitados. Na mentalidade cristã, o cristianismo primitivo é tido como um modelo exemplar, e foi um dos principais temas de debates responsáveis por levar às cisões heréticas na Idade Média e na Idade Moderna. Muitas das discussões teológicas do cristianismo orbitaram temas polêmicos relacionados ao cristianismo primitivo como a autoridade dos primeiros bispos, a organização econômica das primeiras comunidades e a pobreza dos discípulos. Podemos dividir a história do cristianismo primitivo em duas fases: a primeira, que vai da ressurreição (ano 30 d.C.) ao século II, quando o Cristianismo começou a se expandir, e do século III ao ano de 325, quando o Cristianismo se torna religião oficial do Império Romano.

OS PRIMEIROS ANOS

A ressurreição

A ressurreição de Cristo é um dos fatos de maior importância para os primeiros anos do cristianismo e, ao mesmo tempo, o mais enigmático. Todos os evangelhos falam do evento da ressureição de Cristo e da aparição do Messias diante dos discípulos três dias após sua crucificação. De acordo com o evangelho de Lucas, Jesus teria aparecido para os seus apóstolos um pouco além de Jerusalém, em Emaús (Lucas 24:13).[1] Mateus fala dum encontro de Jesus e seus discípulos ocorrido na Galiléia.[2] Em Mateus Jesus teria aparecido para sua mãe e Maria Madalena (Mateus 28:9)[3] Em João ele apareceu para Maria Madalena sozinha (João 20:14).[4] Em Lucas, as mulheres não encontram Jesus (Lucas 24).[5] Paulo, que não conheceu Jesus, fala na sua Primeira Epístola aos Coríntios de uma aparição a mais de quinhentas pessoas (1Coríntios 15:5-8)[6] e não menciona o encontro do túmulo esvaziado.

Ao que parece, nem todos os apóstolos estavam de acordo em relação aos eventos, e é certo que Paulo criou uma verdadeira teologia da ressurreição a partir de reflexões muito particulares. De toda forma, mesmo que não possamos determinar exatamente o que se passou na ressurreição, a crença no retorno de Jesus foi essencial para modelar o cristianismo primitivo.

Os apostolos

Os apóstolos, discípulos de Jesus, acreditavam que tinham recebido a missão divina de pregar seus ensinamentos. Além disso, eles acreditavam possuir a inspiração do Espírito Santo que, de acordo com o evangelho de João teria sido enviado por Jesus Cristo aos apóstolos. Em Atos dos Apóstolos, contudo, livro atribuído a Lucas, os apóstolos recebem o Espírito Santo enviado diretamente por Deus após o Pentecostes.[7]

Não existem informações suficientes nos documentos históricos sobre como funcionava a condução das primeiras comunidades cristãs. Embora um oficio correspondente ao sacerdócio posterior possa ser identificado, é difícil estabelecer como se organizava e como funcionava, por exemplo, se era ou não hierarquizado. Os apóstolos, "enviados" em grego, eram certamente os líderes proeminentes nessas comunidades. Pedro foi, sem dúvida, o apóstolo mais influente nos primeiros tempos, mas Tiago, Paulo e João também tiveram um papel importante no estabelecimento do primeiro cristianismo

De acordo com o livro dos Atos dos Apóstolos foram cerca de três mil fiéis que se reuniram em torno de Pedro após o Pentecostes. De acordo com Atos 2:43-47,[8] todos os fiéis usufruíam de seus bens em conjunto e haviam coletivizado a posse das coisas. Os relatos não deixam dúvidas de que os primeiros cristãos se encontravam nos templos judaicos, e é provável que se reunissem para comer.

Pode-se indagar até que ponto essa descrição das primeiras comunidades, realizada anos depois, não tenha sido demasiado idealizada. As passagens de Atos responsáveis por caracterizar os primeiros cristãos influenciaram o surgimento de diversas irmandades religiosas na Idade Média, como os franciscanos.

Em Jerusalém, as comunidades se expandiram rapidamente. O termo "igreja", que queria dizer reunião, era frequentemente empregado pelos primeiros cristãos. No começo, parece que Pedro liderou as decisões da igreja de Jerusalém. Atos dos Apóstolos nos fala da nomeação de uma comissão de sete, provavelmente os primeiros correspondentes dos posteriores presbiteros.[9] O primeiro mártir cristão, Estêvão, morreu apedrejado, o que provavelmente culminou com a primeira dispersão dos fiéis a partir da Palestina para Damasco, Cesareia, Chipre e Antioquia. Uma perseguição levada a cabo por Herodes Agripa (sucessor de Herodes) por volta do ano 44 teve resultados semelhantes, contando inclusive com a dispersão dos apóstolos. Tiago se tornou líder da igreja em Jerusalém com a saída de Pedro,[10][11] mas foi morto e decapitado cerca de 20 anos depois. As Guerras Judaícas coroaram essa sucessão de dispersões dos cristãos pelo Império. Antioquia, capital da Síria, logo se tornou o principal foco cristão do Império.

As crenças

Os primeiros cristãos acreditavam na ressurreição de Cristo e no seu retorno ainda em sua geração, de acordo com o que dizia a passagem de Marcos 13:30.[12] Paulo, por exemplo, acreditava que o retorno de Jesus Cristo aconteceria ainda durante sua vida, como indica uma passagem de 1Tessalonicenses (1Tessalonicenses 4:16-18).[13]

Para os cristãos, Jesus era o Messias (por isso o chamam de Cristo). É importante lembrar que o cristianismo nasce primeiro como uma heresia dentro do judaísmo. Seu desenvolvimento é inegavelmente ligado ao judaísmo: a crença no messias existia já na religião judaica, e os livros proféticos como Isaías (e mesmo outros não proféticos, como Salmos) das escrituras sagradas foram associados ao advento de Cristo. Nesse sentido, os cristãos se viam como uma Israel renovada, e não abdicavam da promessa que Deus havia feito (Romanos 9:6-8)[14] aos hebreus no Antigo Testamento.

O emprego do termo "Senhor" para se referir a Jesus nos primeiros anos do cristianismo indicava uma vinculação íntima com Deus, uma vez que esse termo tinha um peso específico para o contexto da época. A idéia presente nos evangelhos é a de que Jesus teria sido glorificado por Deus.

Dois rituais foram praticados com frequência pelos primeiros cristãos: o batismo e a eucaristia. As raízes do batismo (em grego, "imergir") podem ser encontradas na história de João Batista (João 3:22),[15] mas também em outras passagens evangélicas (Mateus 28:19).[16] A Eucaristia, por sua vez, é uma repetição do ato realizado na Última Ceia, mencionada nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas.

Debates e Noções Teológicas

As primeiras discordâncias entre os cristãos diziam respeito à questão dos cristãos hebreus e os cristãos helenistas. Com efeito, uma questão que se coloca após a morte de Cristo é se o gentio poderia ser diretamente convertido ao cristianismo, ou se deveria antes se tornar judeu. Como sabemos pelos livros de Atos e pelas cartas de Paulo, além das fontes romanas, o cristianismo estava se difundindo rapidamente pelo território do Império Romano, o que significava que grandes somas de não-cristãos estavam sendo convertidos nessa época. Por essa razão, o tema era de extrema importância para o Cristianismo proselitista. Ora, Pedro diz em Atos que Deus lhe havia demonstrado que o profano poderia se tornar sagrado, e afirmou que a verdade poderia ser revelada aos romanos não judeus. Esse debate culminou com o Concílio de Jerusalém (c. 40), do qual particaparam Paulo, Tiago e Pedro, e quando se decidiu que os gentios não deveriam ser convertidos ao judaísmo antes de se tornarem cristãos. No entanto, nos escapa a verdadeira dimensão desse debate: a posição de Tiago, que parecia ser pró-judaísmo, ia radicalmente contra a de Paulo, que defendia a conversão direta do gentio. Paulo reserva grande parte de sua carta aos gálatas para discutir essa questão. Relatos parecem demonstrar que Pedro sofreu influência de Tiago, adotando mais tarde uma posição pro-judaísmo.

Quanto ao Apóstolo Paulo, alguns dizem que seus textos constituem uma teologia à parte. É certo que as preocupações dos escritos de Paulo não encontram paralelos em outros escritos cristãos, e suas idéias nem sempre estão de acordo com o que pregaram os outros apóstolos. É importante ressaltar que alguns dos temas preconizados por Paulo sequer foram abordados nos evangelhos e, embora pudessem existir no imaginário da época, não integraram a pregação de Cristo, ou não estão explicitados nos quatro evangelhos.

Paulo acreditava na Cristologia dos "dois estágios"; parecia acreditar que Jesus teria sido "Filho de Deus" apenas após a ressurreição (Romanos 1:3-4).[17] Essa ideologia fazia com que Paulo atribuísse um peso demasiado grande à ressurreição de Cristo, e pouco aos dizeres de Cristo durante a vida. Paulo também comparava a morte de Jesus aos sacrifícios judaicos, que teriam tido por objetivo comum purificar os indivíduos. A teologia de Paulo foi essencial para fazer com que a noção de salvação fosse sobreposta à idéia do retorno.

As cartas de Paulo, os escritos cristãos cujas datas dão mostras de ser as mais antigas, também falam da necessidade de se demonstrar (Romanos 3:25-28) para receber a graça de Deus (Romanos 9:10-24). Para explicar a ecclesia, Paulo se vale de uma alegoria segundo a qual a igreja é o corpo de Cristo, cada comunidade compondo uma parte deste corpo (Efésios 1:22-23, Colossenses 1:18). Paulo acreditava no julgamento final (2Coríntios 5:10) e na sujeição de tudo ao Deus criador(1Coríntios 15:20-28).

Em relação à natureza do Filho, Paulo associava Cristo à sabedoria e à inteligência divinas, uma espécie de desenvolvimento do conceito pagão de Logos. Para Paulo, Cristo era a "sabedoria de Deus" (1Coríntios 2:10-11). Paulo acreditava que o Cristo salvador estava prenhe de divindade (Colossenses 2:9). O universo era centrado nele, uma vez que tudo havia sido criado por ele e por meio dele (Colossenses 1:16).

Os escritos.

O evangelho de Marcos parece ter sido escrito entre 75 e 80 na cidade de Roma. Lucas e Mateus foram escritos provavelmente por volta da década de 90 (Primeiro século cristão) na Síria, em Roma ou em Antioquia. O Evangelho segundo João foi escrito já no começo do século II, possivelmente em Éfeso. Todos foram baseados na tradição oral, e refletiam visões diferentes da vida de Cristo segundo a perspectiva de seus autores.

Ao contrário de Paulo, os autores de Marcos, Mateus e Lucas acreditam que Jesus era Filho de Deus desde seu batismo, ou desde a sua existência terrena (Marcos 1:9-11, Marcos 3:11, Marcos 9:2-8). A obra de Cristo na terra é vista de forma edificante, ao contrário da perspectiva paulina, segundo a qual Cristo em terra teria sido o "servo" humilhado (Filipenses 2:6-11). O não reconhecimento de Jesus como Filho de Deus antes de sua ascensão é resultado da censura do próprio Cristo (Marcos 1:34, Marcos 3:12, Marcos 5:43).[19]

O evangelho de João distoa dos três primeiros. Nele, encontramos uma idéia de Encarnação mais nítida. Assim como em Paulo, "todas as coisas foram feitas por intermédio dele" (João 1:3).[20] Ao contrário de Paulo, contudo, o autor do evangelho de João acredita também numa vida terrana gloriosa (João 2:11, João 1:14).[21] Em suma, a vida de cristo é exaltada em todas as suas manifestações, desde a preexistência e a vida na terra, até a glória da ressureição.

No evangelho de João encontra-se uma passagem que tem sido interpretada muitas vezes como base da teoria da Encarnação (João 1:1-14).[22] Essa era a teoria segundo a qual Jesus Cristo não teria sido simplesmente um ser humano, mas metafisicamente ligado a Deus. É provável que alguns dos primeiros cristãos tivessem radicalizado essa visão, a ponto de considerar Cristo como unicamente divino (partilhando apenas a substância divina) e com uma aparência humana. Essa crença foi chamada de docetismo. Um famoso docetista do século II foi Valentino.[23]

Difusão e entrada no Imperio.

Paulo realizou diversas incursões em Roma, onde no ano 50 já existia uma importante comunidade religiosa cristã. Em outras partes do Império Romano o cristinismo se tornava cada vez mais popular.

O cristianismo passou a se diferenciar marcadamente do judaísmo quando, por volta do ano de 90, surgiu o judaísmo rabínico.

O termo "religião das catacumbas" foi utilizado para caracterizar a perseguição dos cristãos durante os impérios de Nero, Tito, Domiciano, etc. embora saiba-se hoje que essa perseguição foi, ao contrário do que dizia a tradição, tênue e asistemática. Pedro e Paulo provavelmente morreram durante as primeiras perseguições, mas pouco se sabe sobre isso. Durante essa época, símbolos cristãos foram desenvolvidos para comunicar secretamente as questões da . As conversões eram realizadas nas cidades, e o termo pagão, derivado do latim paganus[24] é provavelmente derivado do fato de que a maior parte dos não convertidos durante o auge da difusão cristã eram os camponeses. (camponês),

Com o crescimento das comunidades cristãs em Roma cresce também o número de críticos. Um filósofo chamado Celso escreveu um livro chamado "A doutrina verdadeira" no qual criticava as práticas cristãs e Jesus Cristo. Os intelectuais cristãos no império, como Clemente de Alexandria (c150-c215) e Justino Mártir, além de Orígenes Adamantino (c185-c254) rebateram as críticas pagãs e desenvolveram a teologia cristã. As piores perseguições aos líderes cristãos ocorreram no século II e III (entre 303 e 305 d.C), sendo que as últimas foram conduzidas por Dioclesiano e Galério.

No Império Romano surgiram os catecúmenos (em grego, ensinamento oral), que recebiam o conhecimento cristão transmitido oralmente de geração em geração. Haviam exigências para que um gentio pudesse ser batizado, como o jejum e a oração. O catecumenato só era aberto àqueles que não tinham profissões incompatíveis com a nova fé, como os comandantes militares, prostitutas e adivinhos. Haviam manuscritos para o ensinamento de catecúmenos, que se baseavam em perguntas sobre a e orações. Era comum que o batismo fosse retardado. Essa prática tinha por base, possivelmente, os ensinamentos de Paulo (Romanos 6:3). Acreditava-se que a falta após o batismo não era perdoada, o que fazia com que todos preferissem se batizar já no fim da vida, visando se redimir dos pecados.

Não se sabe exatamente como eram ordenados os sacerdotes nos primeiros séculos cristãos dentro do Império Romano. No Novo Testamento ouvimos falar de "bispos" e "presbíteros", cuja tradução literal não esclarece muita coisa e cujas funções permanecem enigmáticas. Alguns pais da Igreja, contudo, nos esclareceram o que entendiam pelo papel do bispo. O didaquê, documento anônimo do século II, diz que o bispo era um sucessor dos apóstolos e líder da Igreja em cada cidade. O bispo também podia ministrar a eucaristia e o batismo, assim como os padres, com o requisito de que este poder lhes tivesse sido delegado pelo bispo. Inácio de Antioquia pensava na Igreja de acordo com as cidades nas quais haviam comunidades, sendo que cada cidade deveria ter um bispo como líder proeminente.

No ano 321, o imperador Constantino promulga uma lei ordenando que todos descansem no dia do sol domingo, dia da semana que substituiu o sábado como dia santo apoiado na razão da ressureição de Cristo. Esse dia era guardado por todos os cristãos. A eucaristia era celebrada no domingo, e nas quartas e sextas-feiras os cristãos deveriam jejuar. Leituras, orações e penitências eram realizadas como parte das celebrações litúrgicas.

Nessa época, os cristãos passaram a utilizar códigos para expressar mensagens de fé, como o peixe (em grego ikhtos), a pomba (Espírito Santo) e a fênix (ressureição). Os enterramentos eram realizados em catacumbas, pois os cristãos preferiam os enterramentos à cremação, uma vez que acreditavam na ressureição dos mortos.

É notável que durante a época dos pais da Igreja o cristianismo tenha desenvolvido um misoginismo marcante. Ambrósio de Milão argumentava que a mulher era responsável por tentar o homem e levá-lo para a danação, com base na história de Adão e Eva. Pensava-se que o homem tinha importância fundamental na criação, tendo sido protagonista dela desde antes da mulher. A imagem de Maria, mãe de Jesus, foi tida como a mulher ideal.

O mundo cristão, ao contrário do romano, era extremamente austero. Acreditava-se que o cristão deveria ter um coração "simples" em oposição ao coração "duplo". Isso quer dizer que o coração cristão deveria estar voltado apenas à comunidade e a Deus, sem espaço para os amores privados, cuja manifestação maior era o sexo. Por estas razões, o sexo era desencorajado entre os primeiros cristãos, embora não fosse proibido, desde que realizado para a reprodução. Apenas a monogamia era aceita. Os sacerdotes não eram, igualmente, proibidos de manter relações amorosas ou de casar, mas o comportamento do cristão exemplar evitava o coração duplo.[25]

Sabemos que Estêvão foi o primeiro de uma série de mártires cristãos. As perseguições aos cristãos levadas a cabo por líderes romanos foram essenciais para estabelecer no cristianismo a tradição do culto aos mártires. Os cristãos perseguidos, torturados e mortos pelos romanos por terem professado a fé de Cristo eram respeitados como figuras sagradas. No século II, essa prática era extremamente popular, e era comum que se comemorasse o dia de morte de um mártir. Durante os primeiros anos do cristianismo se popularizaram as noções de santidade e as relíquia dos mártires. Em outras palavras, os mártires eram tidos como santos, que de acordo com o pai da igreja São Jerônimo "não calam quando mortos", mas "apenas dormem", e das partes de seus corpos se faziam relíquias, às quais eram creditados poderes mágicos. Os relatos das vidas e mortes de santos parecem ter começado nessa época, conhecidos por hagiografias.

O mundo romano influenciou as idéias cristãs de várias maneiras. Em primeiro lugar, o neoplatonismo, idéia de que os elementos do mundo material seriam hierarquicamente inferiores aos do mundo espiritual, se integrou perfeitamente à filosofia cristã. O estoicismo foi outra filosofia (muitas vezes funcionando como religião) que influenciou o pensamento cristão. Os estóicos eram austeros, e acreditavam na virtude e na moral como elementos essenciais na a vida. Suas crenças se fundam na indiferneça e afastamento das coisas mundanas.

CONTINUA..............

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