HISTÓRIA DO POVO DE DEUS - ISRAEL

20/05/2010 10:04

1 – BREVE HISTÓRIA SOBRE A FORMAÇÃO DOS JUDEUS

Iremos começar nossa caminhada primeiramente situando cada um de nós no aspecto geográfico da terra chamada de “Canaã”, depois foi chamada de “Palestina” e hoje é conhecido como “Israel”.

Os patriarcas

A história judaica começou há mais ou menos 4.000 anos (c. séc. XVII a.E.C.) - com o patriarca Abraão, seu filho Isaac e seu neto Jacob. Documentos encontrados na Mesopotâmia, que datam de 2.000-1.500 a.E.C., confirmam aspectos de sua vida nômade, tal como a Bíblia descreve. O Livro do Gênese relata como Abraão foi conclamado a abandonar Ur, na Caldéia, e ir para Canaã, para iniciar a formação do povo com a fé no Deus Único. Quando Canaã foi assolada pela fome, Jacob (Israel), seus doze filhos e suas famílias estabeleceram-se no Egito, onde seus descendentes foram reduzidos à escravidão e sujeitos a trabalhos forçados.

 Ainda que o judaísmo só vá ser chamado como tal apenas após o retorno do Cativeiro em Babilônia , de acordo com a tradição judaico-cristã a origem do judaísmo estaria associada ao chamado de Abraão à promessa de YHWH. Abraão ,originário de Ur, teria sido um defensor do monoteísmo em um mundo de idolatria, e pela sua fidelidade à YHWH teria sido recompensado com a promessa de que teria um filho, Isaque do qual levantaria um povo que herdaria a Terra da promessa.Abraão é chamado de primeiro hebreu (do hebraico עִבְרִי ivrit aquele que vem do outro lado),e passa à viver uma vida nômade entre os povos de Canaã.

De acordo com a Bíblia, YHWH não seria apenas o Senhor de Israel, mas sim o Príncipio Uno que criou o mundo, e que já havia se revelado à outros justos antes de Abraão. Mas com Abraão inicia-se um pacto de obediência, que deveria ser seguido por todos os seus descendentes se quisessem usufruir das bençãos de YHWH.Alguns rituais tribais são seguidos pelos membros da família de Abraão que depois serão incorporados à legislação religiosa judaica.

Alguns estudiosos no entanto crêem que YHWH trata-se de uma divindade tribal, que apenas posteriormente será elevada ao status de Deus único. A tradição judaica defende que esta divindade era uma divindade pessoal dos Patriarcas bíblicos e que só com a libertação dos descendentes de Israel da terra do Egito pelas mãos de Moisés será organizado pela primeira vez o culto à esta Divindade. Ao contrário de outras religiões antropomórficas, YHWH é tido como uma figura transcendente, toda-poderosa,ilimitada, o qual influencia a sociedade humana, e que revela aos israelitas sua Torá que consistiriam em mandamentos de como ter uma vida justa diante de YHWH.

A crítica crê no entanto que esta Torá não era única e nem que possa ser atribuída à Moisés, mas que seja fruto de época posterior com assimilação de legislações como o Código de Hamurábi e de mitologias de origem babilônica transformados pela visão judaica. Até mesmo a abstração da Divindade nos primeiros tempos do judaísmo é praticamente inexistente : D-us existe como um ser diferente do ser humano mas presente entre a humanidade através de teofanias e manifestações de cunho patriarcalista aplicando provações, castigos e promessas. Outro ponto de debate é que geralmente se considera a inexistência ou inexpressão dos patriarcas bíblicos que seriam figuras regionais ou mitológicas criadas posteriormente.

Conforme a tradição D-us teria dado a Terra de Canaã aos israelitas como uma promessa eterna o qual de acordo com a religião tiveram de conquistar através de numerosas batalhas com a intervenção divina, sendo que esta intervenção era retirada ou contrária quando o povo israelita rebelava-se ou contrariava a divindade. Assim a figura de D-us assumiu um caráter essencialmente guerreiro.

A religião mosaica pré-judaísmo só atingirá sua maturação com o ínicio da monarquia israelita e sua subsequente divisão em dois reinos: Yehuda (Judá) e Yisrael (Israel).Esta divisão marcará uma separação entre os rituais religiosos dos reinos do norte e do sul, que permanecem até hoje, entre o judaísmo e o judaísmo samaritano .

No entanto, a visão histórica e bíblica mostram que esta religião mosaica não era única e exclusiva . Durante todo o período pré-exílio as fontes nos informam que os israelistas serviam diversas outras divindades, dos quais os mais proeminente era baal. Enquanto a maioria dos religiosos aceita que na verdade a mistura entre os israelitas e os cananitas após a conquista de Canaã tenha corrompido a religião israelita, a maioria dos estudiosos prefere aceitar que o mosaismo era apenas mais uma das diversas crenças entre as tribos israelitas, e que só virá a se firmar com os profetas e com o exílio.

A hierarquia e os rituais de culto mosaico serão firmemente estabelecidos com a monarquia ,onde serão elaboradas as regras de sacerdócio e estabelecidos os padrões do culto com a contrução do Templo de Jerusalém.Este novo local de culto ,substituto do antigo Tabernáculo portátil de Moisés, serviu como centro da religião judaica ,ainda que em meio à outros cultos estrangeiros.

O Êxodo e o Assentamento

Após 400 anos de servidão, os israelitas foram conduzidos à liberdade por Moisés que, segundo a narrativa bíblica, foi escolhido por Deus para tirar seu povo do Egito e retornar à Terra de Israel, prometida a seus antepassados (séc. XIII-XII a.E.C.). Durante 40 anos eles vagaram no deserto do Sinai, tornando-se uma nação; lá receberam a Torá (o Pentateuco), que inclui os Dez Mandamentos e deram forma e conteúdo à sua fé monoteísta. O êxodo do Egito (c. 1300 a.E.C.) deixou uma marca indelével na memória nacional do povo judeu, e tornou-se um símbolo universal de liberdade e independência. Todo ano os judeus celebram as festas de Pessach (a Páscoa judaica), Shavuot (Pentecostes) e Sucot (Festa dos Tabernáculos), relembrando os eventos ocorridos naquela época.

Durante os dois séculos que se seguiram, os israelitas conquistaram a maior parte da Terra de Israel e renunciaram à sua vida nômade, tornando-se agricultores e artesãos; seguiu-se uma fase de consolidação social e econômica. Períodos de relativa paz se alternavam com tempos de guerra, durante os quais o povo se unia em torno de líderes conhecidos como 'Juízes', escolhidos por suas habilidades políticas e militares, e por suas qualidades de liderança. A fraqueza inerente a essa organização tribal, face à ameaça constituída pelos filisteus (povo navegante da Ásia Menor que havia se estabelecido na costa mediterrânea do país) gerou a necessidade de um chefe que unisse as tribos e mantivesse a liderança de modo permanente, com sucessão hereditária.

AS TRIBOS HEBRAICAS

Tribo de Israel (do hebraico שבטי ישראל) é o nome dado às unidades tribais patriarcais do Antigo Povo de Israel e que de acordo com a tradição judaico-cristã teriam se originado dos doze filhos de Yaacov (Jacó), neto de Abraham (Abraão).

As doze tribos teriam o nome de dez dos filhos de Jacó. As outras duas tribos restantes receberam os nomes dos filhos de Yossef (José) , abençoados por Yaacov como seus próprios filhos. Os nomes das tribos são: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Zebulom, Issacar, , Gade, Aser, Naftali, Benjamim, Manassés e Efraim. Apesar desta suposta irmandade as tribos não teriam sido sempre aliadas, o que ficaria manifesto na cisão do reino após a morte do rei Salomão. Com a extinção do Reino de Israel ao norte, dez das tribos desapareceriam e a determinação do seu destino até hoje é objeto de debate. As outras tribos restantes (Judá, Benjamin e Levi constituiriam o que hoje chama-se de judeus e serviria de base para sua divisão comunitária (Yisrael, Levi e Cohen).

A Origem das tribos

O livro de Gênesis conta da descendência do patriarca Jacó, mais tarde batizado por Deus como Israel, e de suas duas mulheres e duas concubinas. Jacó teve ao todo 12 filhos, cujos nomes estão acima citados. Neste momento da narrativa, o cronista bíblico concentra-se no relato da história de José, de como ele foi separado de seus irmãos, como obteve importância política no Egito, e de como voltou a reunir sua família. A narração conta também que os 12 filhos de Jacó e suas famílias e criados obtiveram permissão para habitar a fértil região oriental do Delta do Nilo, onde teriam se multiplicado grandemente. Cada uma das 12 famílias teria mantido uma individualidade cultural, de forma que se identificassem entre si como tribos separadas. A narrativa ainda destaca que José teve 2 filhos, Manassés e Efraim, e seus descendentes seriam elevados ao status de tribos independentes, embora fossem sempre referidos como meio-tribos (encerrando um número fixo de 12 tribos). Ao final de Gênesis, Jacó, em sua velhice, abençoa a cada um de seus filhos, prenunciando o destino que aguardavam os seus descendentes no futuro.

Em Êxodo, a Bíblia conta como Moisés, membro da tribo de Levi, e seu irmão Arão, lideraram os hebreus das 12 tribos em sua fuga do Egito. Durante a narrativa, as tribos são contadas, e seus líderes e representantes são nomeados, demonstrando um forte senso de individualidade entre as tribos e as meio-tribos de José. À tribo de Levi são designadas as tarefas sacerdotais e os direitos e deveres diferenciados que estas tarefas implicavam. As demais mantiveram-se com os mesmos direitos e obrigações, embora, através do número de membros, algumas tribos já pudessem gozar de alguma superioridade política.

A geografia das tribos

Moisés liderou as 12 tribos pelo deserto da Península do Sinai, e seu sucessor Josué tomou para si a tarefa de coordenar a tomada de Canaã. Para que ocorresse de forma ordenada, a terra de Canaã foi dividida entre cada uma das tribos e meias-tribos, que se encarregaram de conquistá-las, na maior parte dos casos sem o auxílio das demais. Uma das tribos, a de Levi, não recebeu uma porção territorial fixa, mas sim algumas cidades distribuídas por toda a Palestina.

O território de algumas das tribos, como Simeão e Aser, correspondiam a áreas mais tarde dominadas por filisteus e fenícios, respectivamente. Após a narrativa da conquista de Canaã, os relatos acerca destas tribos se tornam confusos, e as suas referências geográficas são praticamente inexistentes, ou inconsistentes, dando a entender que essas tribos deixaram de existir geograficamente, e seu povo foi absorvido ou por povos estrangeiros, ou por outras tribos israelitas, ou por ambos, embora ainda fossem contados como parte das 12 tribos.

A tribos de Dã é outro exemplo de mudança ao longo da Bíblia. Inicialmente, Dã é posicionada na metade sul da Palestina, em um pequeno território posteriormente conquistado pelos filisteus. Mas ao contrário de Simeão e Aser, o território de Dã continuou existindo, mas muito mais ao norte, ao redor da cidade de mesmo nome. Algumas interpretações colocam que Dã havia sido alocada desde o princípio em dois territórios disjuntos.

A meia-tribo de Manassés ocupou um vasto território nos dois lados do Rio Jordão, do Mar Mediterrâneo até a Síria, próximo a Damasco. Efraim foi posicionada na região central, incluindo as importantes cidades de Siló, Gilgal e Betel, cuja importância remete às histórias dos Patriarcas. Benjamim recebeu um territótio pequeno ao sul de Efraim, porém incluindo cidades importantes, como Gibeá, Jericó e Jerusalém. Judá posicionou-se num vasto território montanhoso e fértil ao sul, entre o Mar Morto e o Mediterrâneo, tendo Hebrom e Belém como cidades mais importantes. As demais tribos receberam territórios pequenos, ou com pequena importância na narrativa bíblica subseqüente.

A União política – Reino Unido

As tribos mantiveram certa estabilidade, independência e equilíbrio político durante o Período dos Juízes, visto que são relatados feitos notáveis de herdeiros da maior parte das tribos, sem particular destaque a nenhuma delas. Mas no final do século XI a.C., com o início do período monárquico e a coroação de Saul, as tribos se uniram pela primeira vez sob um único líder.

Entretanto, apesar da identidade racial, lingüística e religiosa, e das histórias que as uniam desde a sua criação, aparentemente havia uma certa cisão entre a tribo de Judá e as demais, visto que o profeta Samuel refere-se algumas vezes a Israel e Judá como entidades independentes unidas apenas por um contexto histórico. O rei Saul pertencia à tribo de Benjamim, e adquiriu inicialmente a simpatia de todas as tribos, mas um movimento em Judá, liderado por Davi e apoiado pelos filisteus, terminou por vencer Saul. Davi foi coroado em Hebrom rei de Judá, enquanto o restante de Israel deveu lealdade ao filho de Saul, Isbosete. Houve uma guerra civil, com vitória de Davi. Ao poupar a Casa de Saul, Davi ganhou popularidade, e após vários feitos militares contra povos estrangeiros, viu as 12 tribos se unirem firmemente sob seu cetro. Seu filho, Salomão, manteve sua autoridade sobre toda a ISRAEL até sua morte.

Apesar desta união política, a própria narrativa deste período faz transparecer as profundas diferenças políticas e mesmo culturais entre Judá (e ao final do reinado de Salomão, também de Benjamim, já que os reis de Judá reinaram em Jerusalém, cidade benjaminita) e as demais tribos. Uma diferença marcante na carga de impostos aplicados a Judá e às outras tribos, favorecendo a primeira, principalmente numa época de constante expansão territorial e grandes obras, foi o estopim para a desunião que se seguiu.

FAMÍLIA
Nas origens de Israel era estruturada a partir do pai, daí o nome “família patriarcal”. Ele era o chefe e responsável por todos.Tinha uma ou mais esposas sobre as quais exercia autoridade, bem como sobre filhos solteiros e casados, noras, servos e estrangeiros integrados à família.(Gn 17,12-14;48,8-22). A família do patriarca chamava-se Bet-Ab (casa do Pai), na língua hebraica.O patriarca tinha direito de vida e morte tanto sobre os membros da família como sobre seus descendentes (Ex 21,7-11;Gn 19,8;38,24), gozava de plena autoridade jurídica e religiosa, resolvia os problemas que podiam surgir entre os membros e presidia as orações e cerimônias religiosas (Gn 12,7;33,20).

CLÃ: Se constituía de várias famílias que eram descendentes de ancestrais comuns.

TRIBO

Tribo - era uma organização social formada por diversos clãs, agrupados em associações protetoras.Eles se ajudavam nas dificuldades econômicas e se defendiam mutuamente.Também consideram comum a origem de seus membros, falavam a mesma língua, tinham os mesmos costumes e as mesmas tradições e instituições. Viviam em comunidades sob a orientação de um ou mais chefes.O governo tribal era uma forma mais democrática e descentralizada de organizar o povo.O modo de vida e organização comunitária dessas tribos constituía uma ameaça aos reis das cidades –estados de Canaã e aos faraós do Egito.

As tribos de Israel foram se formando e ocupando gradativamente áreas da Cisjordânia e Transjordânia no país de Canaã.O sul da Cisjordânia foi ocupado pelos grupos que vieram da região de Cades Barne. Eram as tribos de Judá,Simeão e outras menores que posteriormente foram assimiladas pela tribo de Judá,como Caleb, Otoniel e outras. Na parte central da Cisjordânia,se estabeleceram as tribos de Benjamim, Efraim e Manassés. Esses grupos teriam vindo da parte inferior da Transjordânia,das proximidades do rio Jaboc. Das tribos que ocuparam a parte norte da região da Galiléia---Issacar (Gn49,14;Js19,17-23),Naftali (Js20,7),Zabulon (Js19,10-16) e Aser (Js 19,24-31).Na região fronteiriça com os moabitas ,estabeleceram-se as tribos de Rubem, mais ao Sul. A tribo de Gad e parte da tribo de Manassés, conhecida pelo nome do seu filho Moaquir (Js 13,29-31), ficaram na parte central. E parte da tribo de Dã ocupou o norte.Cada uma das tribos teve sua evolução e trajetória próprias. As tribos se uniram movidas pela necessidade da defesa de seu território e para celebrar juntas a própria fé. As tribos do Norte receberam o nome de Israel e as do Sul foram chamadas de Judá.A união entre as diferentes tribos é conhecida com “confederação das tribos”,”liga tribal” ou “liga sagrada”.As três expressões se referem à realidade vivida pelas tribos de Israel: sua união para o culto ao Senhor, seu Deus, em um único santuário e pra tratar de outros assuntos de interesse comum.Diversas tribos autônomas uniam-se para celebrar o culto ao Senhor no Santuário central, onde se encontrava a Arca da Aliança.

Tribos do meridional

a) Simeão e Levi:

Num período primitivo, Simeão e Levi tentaram estabelecer-se nas montanhas da região de Siquém (Gn 34). Depois, Levi desintegrou-se em Israel, restringindo-se a funções sacerdotais (Js 13,33; cf Dt 33,9-11). Juízes 1 1ss descrevem Simeão se instalando em Canaã com Judá, e parece que essas duas tribos já há tempo tinham uma história independente das outras tribos. Simeão também não se constitui como força tribal e desintegrou-se em Judá (Js 19,1-9; Gn 49, 5-7). O último texto é um oráculo profético que intenta fundamentar a decadência das duas tribos.

b) Judá:

Judá era a tribo estabelecida entre Jerusalém e Hebron, sem, todavia, conquistar essas cidades (Jz 1,19; Js 15). O território judaíta sempre foi a região montanhosa da qual a tribo tem seu nome: Har Yehuda. Junto com Judá, estão outros grupos, que não pertenciam a Judá, e são associados a comunidade judaica. São eles: os calebitas, associação dos queneus (Nm 13-14; Js 14,6-15); os otnielitas, também uma associação de clãs queneus, ao redor de Dabir (Jz 1,11-15); os queneus, uma associação de clãs do sul e sudeste de Hebron (Jz 1,16; I Sm 30,29); os jerameelitas, localizados ao sul de Judá, de origem enigmática (I Sm 27,10; 30,29). Com o decorrer do tempo, Judá conquistou a hegemonia sobre tais grupos.

Palestina Central

 

A) Casa de José: Manassés e Efraim

Manassés e Efraim não somente são mencionados na região montanhosa da Palestina Central, mas também na Transjordânia: Efraim, em Gilead (Jz 12,4); Manassés na região montanhosa ao norte do Jaboc (Js 1,12; 13,7,29-31; 22,1-34). Mas, segundo uma tradição mais antiga, também lá residia Maquir (Nm 32,39-42; Dt 3,15; Js 17,1). O Cântico de Débora não menciona Manassés, mas Maquir (Jz 5,14; Nm 32,39s; Js 17,1). Lemos em Nm 32,33 que a meia tribo de Manassés recebeu como herança o território da Transjordânia, junto com Rubén e Gad. No entanto, Nm 32,39 nos informa que Maquir e Jair é que conquistaram Galaad. Imagina-se que Maquir, na época de Débora, era um importante grupo assentado ao oeste do Jordão, e que Manassés ainda não existia como tribo. Ou ainda, “Manassés” e “Maquir” são duas associações que se dividiram de uma associação maior.

 

b) Benjamim

O nome “Benjamim” (“filho da direita”) associa-se com inscrições de Mari, no Médio Eufrates, referindo-se a associações de nômades18. Há quem diga que Benjamim foi primitivamente uma associação de tais clãs. Era o menor território de Israel, no entanto, desempenhou um papel importante na história israelita, pois se localizava geograficamente num lugar onde intercambiava importantes vias de comunicação na Palestina. Jerusalém foi contada como uma das cidades de Benjamim (Jz 1,21; Js 18,28), mas somente será conquistada por Davi (II Sm 5,6-9).

c) Gad e Ruben

Aparecem entre as tribos centrais da Transjordânia. Gad ocupou as montanhas ao leste do Jordão, desde o rio Arnon até o Jaboc. A tribo de Ruben era primitivamente importante, mas estava condenada a insignificância (Gn 49,3-4; Dt 33,6). Ruben foi incorporado posteriormente em Gad (Dt 33,20-21), e esta, estendeu-se entre o Jaboc e a extremidade setentrional do Mar Morto.

Tribos do Norte

a) Dã

Jz 17-18 nos informa sobre a migração dos danitas. Segundo, trata-se de uma tradição referente aos sacerdotes do santuário real estabelecido por Jeroboão I, que intenta ridicularizar o velho santuário tribal com seu sacerdote e ídolo próprio. Então, o relato torna-se importante para se analisar o levitismo e a situação religiosa na época tribal.

b) Issacar e Zebulom

As tribos Issacar e Zebulom formavam uma unidade, uma espécie de comunidade cúltica num santuário comum, talvez sobre o monte Tabor (Dt 33,18-19) . Issacar viveu disperso entre as cidades cananéias, habitando como nômade, o que prejudicou sua autonomia (Gn 49,14-15) e levou a seu desaparecimento na história. O nome “Issacar” talvez nos ajuda nisso: ’ish sakar, “bóia-fria, diarista, homem assalariado”. O que parece, Issacar teve uma história marcada pela opressão cananita. Ao contrário de Issacar, parece que Zebulom conquistou território, e obtinha benefícios do comércio marítimo no Mar Mediterrâneo (Gn 49,13).

c) Aser

O lugar dos assentamentos de Aser situava-se ao norte de Zebulom, na Alta Galiléia (Js 19,24-31). Parece que Aser desfrutava da fertilidade agrícola ou comércio marítimo (Gn 49,20; Dt 33,24-25).

d) Naftali

Naftali localiza-se a noroeste do Lago de Tiberíades. O nome da tribo é derivado de uma designação geográfica (Js 20,7; Jz 4,6). Não se pode precisar historicamente a expansão geográfica de Naftali mencionada em Dt 33,23. Parece que ela se expandiu tanto para o oeste como para o sul.

A Monarquia

O reinado do primeiro rei, Saul (c.1020 a.E.C.) permitiu a transição entre esta organização tribal já frouxa e o pleno estabelecimento da monarquia, sob David, seu sucessor.

O Rei David (c.1004-965 a.E.C.) fez de Israel uma das potências da região através de bem sucedidas expedições militares, entre as quais a derrota final dos filisteus, assim como por alianças políticas com os reinos vizinhos. Conseqüentemente, sua autoridade foi reconhecida desde as fronteiras com o Egito e o Mar Vermelho até as margens do Eufrates. Internamente, ele unificou as doze tribos israelitas num só reino e estabeleceu sua capital, Jerusalém, e a monarquia, no centro da vida nacional. A tradição bíblica descreve David como poeta e músico, e os versos do Livro dos Salmos lhe são atribuídos.

David foi sucedido por seu filho Salomão (c.965-930 a.E.C.), que consolidou mais ainda o reino. Através de tratados com os reis vizinhos, reforçados por casamentos políticos, Salomão garantiu a paz para seu reino, tornando-o uma das grandes potências da época. Ele expandiu o comércio exterior e promoveu a prosperidade doméstica, desenvolvendo grandes empreendimentos, tais como mineração do cobre e fundição de metais; construiu novas cidades e fortificou as que tinham importância estratégica e econômica. O auge de sua realização foi a construção do Templo de Jerusalém, que se tornou o centro da vida nacional e religiosa do povo judeu. A Bíblia atribui a Salomão o Livro dos Provérbios e o Cântico dos Cânticos.

Saul

  • Saul, de Gibeá, Tribo de Benjamim, escolhido como primeiro Rei de Antigo Israel. Reinou por 40 anos. Ungido pelo profeta Samuel. Saul derrota Náas, Rei de Amon, em Jabes-Gileade. O reinado de Saúl se caracterizou-se por uma quase constante guerra contra os inimigos à sua volta. Era mais um líder e chefe militar. (I Samuel 14:47,48) São conquistadas as guarnições dos filisteus de Micmás e a montanha de Betel, e Gibeá, a sul de Geba. Impaciente Saúl decidiu "oferecer ofertas" e Samuel avisou-o das consequências fatais da sua desobediência. (I Samuel 13:13,14) Na Batalha de Micmás, os filisteus foram novamente derrotados. A guerra contra os amalequitas, Saul foi considerado culpado de rebelião e desobediência, ao poupar Agague, Rei de Amaleque, e poupar o melhor do gado dos amalequita.(I Samuel 15) Samuel disse-lhe fora rejeitado como rei. (I Samuel 15:23) Morreu na Batalha do <span style="color: #0000

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